sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Encontros (II)

E as amigas da mãe? Do pai? Da avó? Aquela vizinha da casa antiga que vimos pela última vez em 1900 e troca o passo?

Eu pessoalmente fico sempre sem saber muito bem o que fazer. São pessoas que me conhecem, trocaram fraldas, andaram comigo ao colo, mas eu não as conheço a elas, faço lá ideia de quem sejam.

Até posso ter uma vaga ideia da cara mas não tenho qualquer confiança. Até hoje tenho-me sempre safado de situações desta de uma maneira ou outra mas fico sempre sem saber muito bem qual o passo seguinte.

Quando arranjarem chamadas por holograma a coisa vai ser mais fácil: ligo à minha mãe e deixo-as a conversar, pessoa e holograma, e eu fico de mansinho sossegadinha no meu canto.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Encontros (I)

Ora pois que quem é que nunca encontrou uma antigo colega de escola?

Acho que esses são os encontros mais fáceis de acontecer: geralmente moramos mais ou menos na mesma zona, as paragens não são assim tão grandes e quando menos damos por ela "Olá! Já não te via há tanto tempo! Tudo bem?" E assim se começa uma coisa que pode durar de 5 minutos a uma viagem inteira se for caso disso.

Confesso que não costumo ter grandes problemas com isto: se é uma pessoa que não me interessa pura e simplesmente mato a conversa, "Está tudo tranquilo." E pronto, não se fala muito mais do que isto. Com sorte a pessoa ou não me vê ou também não me fala e ainda é quando tudo corre melhor.

Se realmente é uma pessoa de quem até tenho saudades e gostava de falar aí sim, a conversa é agradável e a viagem até parece curta! Felizmente tenho muito mais dos segundos que dos primeiros. É uma maneira de realmente saber como andam certas pessoas que já não vejo há imenso tempo e que doutra maneira seria bem complicado de combinar alguma coisa!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Encontros (o começo)

Nos transportes públicos acaba por ser inevitável que uma vez ou outra encontremos pessoas que conhecemos, intimamente ou não. Às vezes até surgem aquelas situações constrangedoras de não sabermos como reagir: cumprimentar ou não? Acenar apenas em símbolo de reconhecimento ou uns cordiais dois beijinhos?

Isto é quase uma ciência que eu pessoalmente não domino, de todo. Mas um dia ainda trato disso!

Mas então eu vou falando dos vários tipos de encontros que vou tendo - até porque nas últimas semana tem sido tempo especialmente propício a não conseguir ler sossegada porque vou em conversa com alguém - e nem sempre prefiro a conversa ...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Exercícios e mais folhas e mais calculadores, lápis a voar e dossiers cheios!

Eu durante uns tempos estudava muito nos comboios. Muito devia estar com muitas aspas e tal porque não era grande coisa que saia dali. Início de faculdade, estava cheia de pica para fazer muita coisa e não deixar passar nada - bons tempos cheios de inocência - mas apercebi-me que o rendimento daqueles 45 minutinhos não era nenhum, ou era muito pouco!

Mas há pessoas que têm o grande dom de fazer todo e qualquer estudo nos transportes. Dossiers mega carregados, cheios de folhas, uma calculadora apoiada nas pernas, um estojo entre as pernas, a mala a fazer de mesa e tudo se faz, uma autêntica mesinha de estudo ali improvisada mas que parece ter resultado, pelo menos eles fartam-se de escrever e fazer contas.

Quero congratular essas pessoas: pelo seu equilíbrio, pela sua perseverança e pela sua paciência para juntar não só o mundo maravilhoso dos transportes públicos com o mundo maravilhoso de ter de estudar! São os maiores!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Comer?

Confesso que não gosto de comer nos transportes, há movimento, há muitas pessoas, há sei lá quantas porcarias no ar que me rodeia. Sou um bocadinho esquisita, sim, mas não gosto!

Mas às vezes tem de ser. Se não tenho tempo para comer antes de sair de casa, ou se para comer em casa tenho de me levantar 15/20 min mais cedo então levo qualquer coisa e como no comboio. Mas entenda-se que "qualquer coisa" não é um pacote de litro de sumo e uma caixa de cozinho! MAs já vi a ser feito.

Eu aqui não critico, eu não gosto mas quando tem de ser faz-se. Quantas vezes não como onde calha porque não tenho tempo para mais? Mas é-me tão estranho. Uma caixa com massa ou qualquer coisa assim e vamos a comer nos transportes. Nheca...

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Frio ou calor, atinem!

No Inverno faz muito frio.

No Verão faz muito calor.

Eu acho que qualquer ser vivo consegue aperceber-se da diferença dos dois e adaptar o seu comportamento, habitat ou até metabolismo para sobreviver da melhor maneira a estas diferenças de temperatura. Agora eu questiono, será assim uma tarefa tão complicada para as pessoas - sejam lá quem forem - que regulam os AC dos comboios para aquilo está certo? Ainda este verão apanhei calores imensos porque os AC estavam desligados. Agora, com frio, apanho os AC ligados, NO FRIO!

Mas é para morrer ou como é?

Eu cá gosto da minha garganta e do meu nariz e da minha cabeça e não me dá jeito nenhum adoecer, quanto a eles não sei. Mas quando estou na rua a pelar frio vem o comboio e preferia ficar na rua porque o comboio ainda está pior. Poupem-me! Ou envio as contas do médico e da farmácia para a CP e eles que se amanhem!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Lugares de que tamanho?

Como acho que qualquer pessoa que anda frequentemente de transportes já tive pessoas a não saberem bem onde começa o espaço delas e onde começa o meu. Resultado, casacos, malas ou até mesmo porções de pessoas aparecem-me de todos os lados onde não devia haver coisas que não as minhas.

Acontece que à minha frente passou-se o seguinte caso:

uma dada senhora, sossegada na sua vida a ler um jornal vê um senhor sentar-se ao seu lado. Até aí nada de mais. Até que o dito senhor começa a mexer-se para um lado e para o outro, a virar-se para trás e de volta para a frente até ao ponto em que a senhora não tolera mais aqueles constantes empurrões que estava a levar, que já a tinham encostada à parede. Mas claro que a queixa não ficava sem resposta: "Não pagou o seu bilhete? É que eu paguei o meu e se o paguei tenho tanto direito ao meu lugar como você tem ao seu."

Pois que o mal não era comigo, e ainda bem, diga-se, que o senhor adoptou uma posição muito agressiva mas alguém lhe devia explicar que embora ele tenho direito ao seu lugar não se pode atirar para cima da pessoa que está ao lado. Ela também pagou bilhete. Também tem direito ao lugar, sem pessoas a saltarem-lhe quase para o colo.

Eu bem digo que isto vai de mal a pior.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Então e bêbedos?

Eu já apanhei pessoas "alegres" nos transportes mas podres de bêbedas, a cairem para cima de mim foi a primeira vez.

Aquela coisa de filme, que a pessoa não se aguenta direita, não tem os olhos bem abertos, foca as coisas com dificuldade e fica assim meio atarantada com as coisas. Isso acontece mesmo. Eu já vi muito bêbedo mas a cair para cima de mim e com um nível de bêbedo tão grande acho que foi a primeira vez. E quando esta pessoa é uma completa desconhecida...

Tinha um amigo ou fosse lá quem fosse que o ajudou a sentar e o ajudou -  e muito - a levantar e foi toda a viagem a olhar para os lados, a tentar manter os olhos abertos, a cabeça no sítio mas era uma tarefa complicada, claramente.

A realidade às vezes é demasiado triste!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Narnia nos phones!

Eu não gosto de andar de transportes, de uma maneira geral. Não gosto da quantidade de pessoas desconhecidas com quem tenho de trocar o ar e os germes que por lá andam em suspensão, não gosto de ser espalmada contra desconhecidos, roçar-me neles de alguma maneira ou levar com o bafo e/ou odores corporais deles.

E é assim que uma porta se abre no meio de sovacos e empurrões, que nem Narnia no roupeiro: PHONES *.*

Um MP3, ou telemóvel, ou qualquer coisa com música, uns phones que isolem relativamente bem e o mundo parece um sítio melhor. Talvez não o mundo, mas o comboio ou autocarro ou metro de certeza que tem um melhor ar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Velhotes e tecnologia!

É extremamente engraçado ver aquelas pessoas mais velhinhas nos seus primeiros contactos com tecnologias. São de uma geração diferente da minha. Nós já nascemos para carregar em botões, fomos pre-definidos à priori para que quase intuitivamente saibamos mexer nestas coisas todas que se encontram à venda. Mas os nossos avós não, até os nossos pais já não foram muito.

Então torna-se engraçado de ver um pessoa com mais idade a tentar mexer num smartphone, por exemplo. Vê que pode jogar, que pode tirar fotografias, e muitas das vezes vê-se estas experimentações enquanto têm tempo morto, ou seja, transportes!

E não, não estou a gozar com isto, acho realmente uma situação curiosa, a diferença que é estarem lado a lado neta e avó e enquanto uma escreve mensagens, joga, tira selfies e mete no facebook, tudo ao mesmo tempo, a avó fica a olhar calmamente para o telemóvel e bate no ecrã com força para garantir que dá a ordem correcta - aquilo não tem botões!?.

Acho alguma piada a esta adaptação aos novos tempos. É bonito de encontrar essas casos!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Leituras!

Eu cá gosto imenso de ler e muitas vezes aproveito para ler exactamente no tempo que tenho mais livre que é nos transportes.

Acontece que há pessoas que insistentemente não compreendem o conceito de espaço próprio ou de incómodo. Desde encontrões que quase me fazem largar ou dobrar o livro a estarem literalmente em cima de mim, a distância de tal forma próxima que não consigo abrir o livro.

Decência, por favor!

Respeito, de preferência. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Turistas!

Eu viajo na linha de Sintra cuja paragem terminal que não seja Rossio é, espantem-se, Sintra!

Quando alguém vem a Portugal e anda por estas bandas tem de ir - obrigatoriamente -  a Sintra. Então é bastante comum ter o comboio com bastantes estrangeiros com as suas malinhas e os seus calções todos contentes por ir a Sintra.

O curioso no meio disto é o contraste que se cria: a linha de Sintra é aquela linha problemática e cheia de problemas que se ouve falar na televisão. Liga a periferia à grande cidade! E depois quando se apanha um comboio o que é que se encontra com relativa facilidade? A mistura da alta sociedade que vem visitar Portugal e tem mesmo de conhecer a Serra de Sintra e toda aquela beleza tão publicitada com os "simples trabalhadores" que já só querem chegar a casa. Eu acho curioso o encontro numa coisa tão simples como um comboio. Partilha dois propósitos principais tão diferentes e tão distantes, às vezes.  

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Cheiros

Inevitavelmente depois de um dia de trabalho uma pessoa não cheira a rosas. e dependendo do trabalho Às vezes nem é preciso chegar ao fim do dia. Mas depois essas pessoas vão para casa, num ambiente fechado, com dezenas/centenas de outras pessoas, muitas com o mesmo problema. O que é que isto leva?

Aquele cheirinho de balneário, nojento e quentinho - não no bom sentido!

Mas sim, aquela sensação de entrarmos num sítio que parece que foi frequentado por uma equipa de rugby depois de uma maratona de 24h non stop.

Às vezes gostava imenso de não usar transportes, juro que gostava.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Qualquer macaco conduz o Alfa!

Enquanto as pessoas pagam balúrdios para fazer viagens de comboio, seja nos passes ou nas viagens entre cidades o pessoal da CP diverte-se.

Uma atriz, ou lá o que é, brasileira andou a conduzir um Alfa entre Lisboa e Porto. Com que qualificações? Não sei. Aquilo é assim tão fácil que qualquer macaco o faz? E quem é que esteve a assegurar a segurança daquelas pessoas? Porque ela não foi de certeza. Ela com ares de criança irritante a quem deram um brinquedinho novo, a gravar e a fazer um discurso elaboradíssimo - durante 2 minutos só ouvimos "Eu no comando do Alfa" ou "Vou a 220Km/h". Eu sinto-me triste com a humanidade!

Acho que sim, nós andamos feitos parvos a pagar, e é se queremos, para os meninos brincarem aos comboiinhos - Literalmente! - e fazerem greves porque coitadinhos ganham pouco e com condições degradantes.

Andassem a depender dos serviços da CP todos os dias para fazer um trabalho qualquer que não tenha regalias NENHUMAS e depois queria ver onde andavam as greves e as queixas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Xenofobia nas greves? Não me cheira!

Se há coisa que "gostava" de um dia ver era um xenófobo qualquer em dia de greve enfiado em transportes com milhentas raças diferentes à volta dele. Não queria sangue e tripas, não, e infelizmente era o mais provável de acontecer (embora em algumas situações até consigo concordar que há pessoas que nem à base de bazuca aquilo lá vai!).

Mas só ver o quão desconfortável ficavam, brancos, pretos, amarelos e vermelhos, todos bem juntinhos, agarradinhos na base do desconforto já pela situação quanto mais se tiverem ideias tristes naquelas cabeças. Gostava de ver essas caras. Um recolha das câmaras dos transportes só com essas caras. O que me ia rir. E desistir mais um pouco da humanidade.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Horários

Houve alturas em que apanhava transportes sempre à mesma hora. Hoje já não o faço, não tenho um horário habitual, é quando calha / dá jeito!

Acontece que eventualmente começamos a reconhecer as pessoas que vêm à mesma hora que nós. Quando temos um horário fixo acabamos sempre por ter pessoas que também entram mais ou menos para o mesmo sítio que nós, e começam a ser caras conhecidas mesmo sem as conhecermos de lado nenhum.

Quando não temos horários qualquer coisa do género acontece mas pior: começamos a reconhecer caras, mas como não somos fregueses habituais de todos os dias acabamos por não saber muito bem quem é aquela pessoa e porque é que conheço a cara dela.

Isto torna-se estranho ao fim de um dado tempo, é quase uma caça ao tesouro a tentar perceber quem é aquela pessoa...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

zzzzzz

De vez em quando uma pessoa precisa de se levantar mais cedo para ir trabalhar / estudar / passear. E acontece aquela coisa chata que é ter de tirar o rabo - e o resto - da cama e ir apanhar um dado transporte.

O dilema para mim é sempre: será que vou adormecer a fundo? É que se isso acontece vou chegar atrasada e não vou conseguir fazer as coisas. Mas acabo sempre por ir num cochilo semi acordado em que mais ou menos pelas voltas e pelas distâncias entre paragens consigo perceber - nem sei bem como - onde é que ando. Não dá para dormir mas sabe tão bem ...

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dúvidas e marretices

Quem está a habituado a andar de comboio não tem qualquer tipo de problema em fazê-lo e geralmente depois de nos habituarmos a um ou dois tipos ficamos habilitados a andar e perceber as bases de todos.

O que é certo é que as pessoas têm sempre uma certa reticência em recorrer àquele transporte específico que não é o delas. Ou seja, se eu estou habituada a andar de comboio e autocarro vai-me soar estranho se em vez de um autocarro apanhar o metro. Não é assim que costumo fazer.

Isto acontece-me e em comentários com outras pessoas já vi que não sou filha única!

Se uma pessoa anda de metro é para ir de metro - excepção greve! Se uma pessoa anda de autocarro anda de autocarro! Agora andar a mudar e a saltitar, coisa estranha.

(No fundo esta ideia é absolutamente palerma! Não há motivo válido. Mas enfim, somos criaturas de hábitos!)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Amigas que maquilham

Já aqui falei das pessoas que aproveitam as viagens de transportes públicos para por em risco a sua integridade visual  maquilhando-se nesse tempo. Mas inter-maquilhação foi a primeira vez, acho.

Aqui tínhamos duas amigas, uma mortinha por experimentar o novo baton que tinha comprado. Automaticamente a senhora que a acompanhava saca de um espelho da mala que segura para a outra ver se ficava bem e afins. Entre trocas de espelho para uma e outra se maquilharem, à vez, ou até alturas em que se ajudavam mutuamente. Eu nem sei, há aquelas bancas nos centros comerciais onde as pessoas estão a ser maquilhadas num banquinho ali no meio da multidão? É mais ou mneos isso, só que no meio da hora de ponta.

Sou só eu que acho isto estranho?

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Pontas espigadas

Eu já vi muita coisa a ser feita no comboio para passar o tempo, muita coisa mesmo. Mas há sempre criaturas capazes de me pasmar.

Hoje no comboio qual era a actividade que exigia uma grande concentração e dedicação, desde que entrei no comboio e ainda lá ficou depois de eu sair, a uma dada moça coquete?

Pois que ir olhando para as pontas dos cabelos e ia arrancando as espigadas. Foram pelo menos 45 minutos disto. Sem fazer mais nada. Sem levantar os olhos para ver a paisagem ou se passagem alguém interessante. Nada. Aquela viagem foi a ver pontas de cabelos, de uma ponta à outra!

Epah, cada um sabe de si mas ela há com cada panca ...